sexta-feira, 27 de junho de 2014

De almas sinceras a união sincera

De almas sinceras, criamos histórias e reviramos baús procurando nossas alianças, desejos, buscas em uma jornada afim de saber: O que é o amor?

Nenhuma resposta aparente surge nessa montagem, mas sim uma busca eterna do ser amado pelo objeto de seu desejo.

A provocação inicial, que deu origem a tantas histórias foi sobre a perenidade do sentimento amor. Perenidade não de uma história, mas perenidade do próprio amor em nós, em nossos corpos, marcados pelas histórias de amor que nos precederam, o amor de nossos pais, registrados em nossos corpos, o amor dos pais de nossos pais e assim por diante, em um encadeamento de sentimentos propriamente humano. Um elo ético do humano para o humano.

Essas provocações nos levaram a uma abordagem ritualizada do sentimento, a raiz humana que une cada ser, nos levaram a Gabriel Garcia Marques, nos levaram a histórias absurdas de amores realizados ou impossíveis, nos levaram a Ionesco, Tennesse Willians, Caio Fernando Abreu e a Shakespeare, tudo sempre volta a ele.

As diversas citações que foram sendo absorvidas na montagem desenvolveram um traço significativo no corpo dos atuantes que buscaram responder na multiplicidade, na pequena história, no cotidiano a essas citações e foram desenvolvendo uma resposta poética que foi sendo costurada a uma dramaturgia única.

É com essa visão poética que fomos criando um novo mundo, onde as histórias podem acontecer em uma troca de olhares, no qual o mínimo significa o muito e o corpo está a serviço de uma lógica das sensações. Um novo e maravilhoso mundo, em que desejamos que o público se  perca, talvez para se encontrar, ou mesmo para nunca mais se ver.

O signo poético, como toda poesia, precisa de ritmo e é nesse ritmo que como uma balada, entoada por nossas mães, nossos amores e amantes contamos essas histórias, que são nossas, mas também são de todo mundo. Do amor de nossos antepassados até a velhinha que muitos veem como um ser sem história, mas que contém em si toda a história do mundo.

Se isso é falso e se é falso e alguém provou eu não sou poeta e nunca ninguém amou. 

 
O diretor
Rudson Marcello é ator, pesquisador e diretor de teatro físico, estudou no Brasil e na França, na escola de Jacques Lecoq. Desenvolveu na Unicamp a pesquisa  de Mestrado “Sinapses Dramática” em que estudou a união entre corpo e texto no teatro físico. É diretor entre outros trabalho das peças PlatonikO Nariz e A Gaivota, em que contempla  o Teatro Físico associado ao texto teatral.

Ficha técnica
Espetáculo:
 De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.: AMOR
Textos: Diversos
Direção: Rudson Marcello
Elenco: Cilá Fonseca, Emerson Rodrigues, Fernanda Emediato, Flavia Santtos
Johnny Soares, Júlia Quintal, Juliana Cristina,Luana Abreu, Mari Abreu, Ricardo Sorriso, Rômulo Mendes, Silvia Alves, Tárcis Santos
Figurino: Tárcis Santos
Costureira: Cleunice Dias, Tárcis Santos
Iluminação: Rudson Marcello
Designer gráfico: Marcel Cuzziol
Produção: Fernanda Emediato, Ricardo Sorriso
Serviço
"De almas sinceras a união sincera ... Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.: AMOR"
QUANDO -
  Dias 03/7; 04/07; 05/07 às 21hs e  06/07 às 19hs.
ONDE - Teatro Recriarte -  Rua Fradique Coutinho, 994 - Vila Madalena -
TEL (11) 3034- 5598
QUANTO - Doação de 1 kg de alimento, ou R$5,00 - Projeto Asa Ação Artística
CLASSIFICAÇÃO - 16 ANOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário