Apesar da reeleição da presidente Dilma Roussef, o País vive um clima de transição. “Até em função disso, não se esperava que o Comitê de Política Econômica (Copom) anunciasse alterações na taxa Selic, o que agudiza as perguntas que o mercado se faz no momento”, afirma Levi Ceregato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). Segundo ele, as autoridades econômicas e monetárias nacionais estão diante de um desafio que é a antítese do dilema chinês: “A China precisa aumentar o investimento em consumo interno para se manter crescendo, enquanto nós temos que mudar o drive do crescimento econômico para o investimento em produção, infraestrutura e capital fixo”, diz Ceregato. O difícil é equacionar pressões muito antagônicas. De um lado, há a pressão inflacionária, que trabalha a favor da elevação dos juros e pode se acentuar com o inevitável reajuste dos preços controlados e a baixa arrecadação, somados ao aumento dos gastos públicos. Do outro, está a necessidade de impulsionar o investimento produtivo para que o País ganhe competitividade e volte a crescer, retomando níveis de desenvolvimento compatíveis com sua importância econômica, o que, na visão de Ceregato, é inconciliável com juros altos. “Nesse sentido, a alta na taxa Selic para 11,25% ao ano semeia desconfiança em relação ao direcionamento que o governo dará à política econômica”, diz ele.
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