domingo, 5 de outubro de 2025

Stalking: o pesadelo invisível que aprisiona vítimas no Brasil

Introdução

Imagine viver com a sensação constante de estar sendo observado. Cada passo, cada postagem nas redes sociais, cada ida ao trabalho pode ser acompanhado de olhos invisíveis, mensagens insistentes e aparições inesperadas. Para milhares de brasileiros, essa não é uma cena de filme de suspense — é a realidade diária de quem sofre com o stalking, um crime silencioso que destrói a paz, abala a saúde mental e, em muitos casos, ameaça a vida.

O medo que não dá trégua

As vítimas descrevem o stalking como uma prisão sem grades. A pessoa perseguidora pode aparecer do nada em frente à casa, enviar mensagens a qualquer hora do dia, criar perfis falsos para acompanhar cada movimento digital e até espalhar boatos para isolar a vítima socialmente.
Não importa o lugar: a sensação é de que não há como escapar.

“É como se alguém estivesse sempre atrás de você, respirando no seu pescoço, mesmo quando você está sozinho. É sufocante, enlouquecedor”, relatou uma vítima que pediu anonimato.

Da insistência ao terror

Muitas vezes, o stalking começa de forma aparentemente inofensiva: mensagens de “bom dia”, pedidos de contato, insistência em conversas. Mas, com o tempo, o comportamento se transforma em um ciclo de perseguição obsessiva que corrói a vida da vítima.

Psicólogos alertam que o impacto é devastador: ansiedade, insônia, síndrome do pânico, depressão e até o abandono de trabalho ou estudos para evitar o agressor. Em casos extremos, a perseguição evolui para agressões físicas e tragédias.

A lei contra o perseguidor

Em 2021, o Brasil deu um passo importante ao criminalizar o stalking com a Lei nº 14.132/2021. A pena prevista é de seis meses a dois anos de prisão e multa, podendo aumentar em situações mais graves, como quando há violência ou quando a vítima é mulher.

Mas, apesar da lei, especialistas alertam que o medo de denunciar ainda cala muitas vítimas. “Elas se sentem envergonhadas, desacreditadas ou com receio de represálias. É preciso romper esse silêncio”, explica a advogada criminalista fictícia Mariana Costa.

Como romper o ciclo de perseguição

Diante de um perseguidor, o silêncio não é a saída. A orientação dos especialistas é clara:

Guarde provas: mensagens, prints, áudios, registros de ligações, tudo pode servir como evidência.

Não responda: cada interação alimenta o perseguidor.

Peça ajuda: amigos, familiares e colegas podem ser aliados para evitar o isolamento.

Denuncie: registre um Boletim de Ocorrência e, em casos de risco, acione a polícia pelo 190. Mulheres ainda podem recorrer às medidas protetivas da Lei Maria da Penha.

Proteja suas redes: mantenha perfis privados, limite publicações e ative autenticações de segurança.

O silêncio que pode custar caro

Especialistas em segurança alertam: ignorar o stalking pode ser fatal. Diversos casos noticiados nos últimos anos mostram perseguições que começaram no ambiente digital e terminaram em violência física. “É uma linha tênue entre a obsessão e o ataque. A vítima nunca deve subestimar os sinais”, afirma a psicóloga Ana Bezerra.

Conclusão

O stalking é mais do que um incômodo — é um crime que destrói a liberdade e aprisiona emocionalmente suas vítimas. Denunciar não é apenas um direito, mas uma forma de salvar a própria vida e a de outras possíveis vítimas.

A mensagem é clara: ninguém precisa viver com medo. A lei está do lado das vítimas, e buscar apoio é o primeiro passo para transformar o terror invisível em justiça visível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário