*Naomi Kerkhoff
Os olhos do mundo estão voltados para o mercado de carros elétricos e as razões não são poucas: são mais eficientes, têm menor custo de manutenção, utilizam menos peças e, dentre outras, usam uma energia muito mais limpa. Em 2022 o Brasil bateu recorde de vendas, com o emplacamento de 49.245 elétricos, conforme os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a ABVE. Um aumento significativo de 41% se comparado com o mesmo período do ano anterior, quando 34.990 carros haviam sido emplacados.
Recentemente a União Europeia anunciou que a partir de 2035 todos os carros deverão ser elétricos e nenhum novo modelo a diesel ou gasolina poderá ser comercializado na Europa.
Por mais que os fabricantes chineses, pouco preocupados com questões ambientais, ameaçem responder a UE, recheando o mercado mundial com seus sedãs e SUVs à combustão, o crescimento dos elétricos é inegável e não vejo nenhum sinal de que essa alta possa sofrer alguma redução. Para mim, estamos num dos melhores momentos do setor de mobilidade elétrica e de inovações. Estudo da Liga Insights Mobilidade aponta que até 2030, o ecossistema terá um crescimento de cerca de 75% para o mercado global, atingindo o valor de US$ 26,6 trilhões. Ou seja, um dos mais rentáveis para se investir. Este crescimento já começou e tem tudo para se solidificar a partir de agora, com base nos resultados positivos que estão sendo registrados mês a mês.
Para isso, podemos apontar alguns dos principais fatos que irão influenciar nessa alta. O primeiro deles, e mais importante, é a pressão da comunidade internacional para que governos, e principalmente, o mercado de montadoras e de combustíveis fósseis mudem a forma como atuam, e reduzam a emissão de gases poluentes. Obrigado-os assim a investir em maneiras diferentes das atuais, e incorporando a energia limpa e renovável. Nesse sentido, estamos na mesma mão dos demais países, haja vista que o governo atual vem sinalizando que pretende focar em temas ligados à sustentabilidade.
Além disso, as montadoras e locadoras de veículos já perceberam que o futuro está ligado ao desenvolvimento sustentável e apostam em lançamentos de modelos elétricos e híbridos no país. Várias inclusive investem na nano locação, uma importante aposta do setor como um todo que traz uma vantagem muito especial: a experimentação ao alcance de todos, haja vista, que os valores da nano locação são bem acessíveis e a possibilidade de dirigir um elétrico é inesquecível. A experimentação deve seguir em destaque este ano.
Nesse sentido, recentemente A Jaguar Land Rover anunciou para o mercado brasileiro sua estratégia de mobilidade urbana, focada no desenvolvimento dos pilares de eletrificação e sustentabilidade, composta por dois novos serviços: o Jaguar On Demand, programa de locação a curto prazo desenvolvido no aplicativo Flou em parceria com a Ucorp, startup referência em mobilidade urbana, e o Subscription, programa de assinatura em parceria com a Movida, empresa especializada em aluguel de veículos.
Outro ponto passa pela chegada de novos players ao mercado de eletrificados no país como a Awto, a 99 e a Uber. Além disso, as chinesas BYD e Great Wall, também pretendem investimento em formas digitais de experimentação para impulsionar o ecossistema de elétricos e de nano locações.
A chegada do 5G, também abriu um leque de possibilidades para o desenvolvimento de novos aplicativos, tecnologias e funções, como pagamentos digitais, maior conectividade, veículos autônomos, nano locação e carsharing, e mais opções de deliverys.
Somados, esses fatores devem resultar no crescimento do ecossistema de autotechs, empresas que desenvolvem soluções por meio de tecnologias automotivas para o avanço do setor, bem como, de um território que se plantar corretamente, terá muitos frutos a colher, e em breve.
*Naomi Kerkhoff é Co-Fundadora da UCorp - startup de tecnologia para mobilidade ESG que é referência em soluções para mobilidade elétrica e foi eleita pelo Estadão uma das “TOP100 Empresas mais influentes em 2021”. É empreendedora, mentora e consultora de prototipação para startups.
Nenhum comentário:
Postar um comentário