sexta-feira, 13 de março de 2015

Comércio paulistano inicia 2015 com mais desligamentos do que admissões

Em janeiro, foram 38.226 contratações contra 53.089 desligamentos: redução de 14.863 empregados formais no mês na região metropolitana

O comércio varejista da região metropolitana de São Paulo (RMSP) iniciou 2015 com saldo mensal negativo de empregados formais. Em janeiro, foram admitidos 38.226, e desligados 53.089: saldo negativo de 14.863. Em janeiro, o estoque de empregos formais atingiu 1.013.843, elevação de 0,6% em relação a janeiro de 2014, porém, 1,4% menor em relação a dezembro. É a queda mais significativa dos últimos sete anos para o mês.
Os dados compõem a pesquisa realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.
De acordo com a assessoria econômica da Entidade, apesar da variação ainda positiva em relação ao mesmo período de 2014, observa-se, desde agosto, uma tendência de desaceleração na taxa de crescimento do estoque de empregados.
Em janeiro, todas as atividades analisadas apresentaram saldo negativo em relação a dezembro, destacando-se as lojas de vestuário, tecidos e calçados, com queda de 4,4% na mão de obra formal, e supermercados (alimentos e bebidas), com redução de 1,7%. A retração nesses segmentos já era esperada, uma vez que são os setores com maior contingente de empregados do comércio. Já em relação a janeiro de 2014, o pior desempenho foi verificado nas concessionárias de veículos, com arrefecimento de 6%. Ainda na comparação anual, o melhor resultado foi visto nos supermercados (alimentos e bebidas), com acréscimo de 4,1% no número de empregados formais.
Admitidos, desligados e rotatividade
Ao analisar apenas o número de admissões, em janeiro, foram admitidos no comércio varejista 38.226 funcionários - redução de 4,1% na contratação formal contra dezembro, quando foram admitidos 39.057.
Neste início de ano, todos os setores registraram redução nas contratações em relação ao mesmo mês de 2014, com destaque para movéis e decoração (-26,8%), lojas de departamento e lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, ambas com variação interanual de -14,8%. A retração mais tímida foi vista nas concessionárias de veículos (-0,6%).
O número de funcionários desligados do comércio em janeiro foi de 53.089 diante dos 44.520 percebidos em dezembro, representando uma alta de 19,2%. Apesar de elevada, essa variação é esperada pela sazonalidade do comércio varejista. No comparativo interanual, houve decréscimo de 3,6%. Considerando admitidos e desligados, a taxa de rotatividade média da mão de obra no varejo ficou em 4,47% em janeiro.
Na avaliação da FecomercioSP, como já sinalizado nos meses anteriores, comerciantes e consumidores continuam receosos em investir, consequência de um cenário desfavorável, com baixo crescimento econômico, inflação elevada, juros altos e onda de reajustes de impostos e serviços básicos (como energia elétrica e transportes).
Dessa forma, considerando o ambiente de desconfiança é provável que ao longo do ano a geração formal de mão de obra no comércio varejista siga em queda, como avalia a assessoria econômica.
Nota metodológica
A pesquisa analisa o nível de emprego do comércio varejista na Região Metropolitana de São Paulo, em dez ramos de atividade, por meio de dados primários do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged). A FecomercioSP acompanha e analisa essas informações desde janeiro de 2008.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 155 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por 11% do PIB paulista - aproximadamente 4% do PIB brasileiro - e gera cerca de cinco milhões de empregos.

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