Administração do Autódromo de Interlagos lembra os 20 anos sem o ídolo do automobilismo brasileiro que iniciou e consagrou sua carreira no circuito paulistano
Paulistano nascido no bairro de Santana, na zona Norte de São Paulo, Ayrton Senna da Silva começou a carreira ainda criança, como piloto de kart. Com apenas 13 anos, conquistou uma vitória na primeira prova oficial no Kartódromo de Interlagos, que hoje leva seu nome e fica junto ao Autódromo de Interlagos, administrado pela São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos).
Para o secretário municipal para Assuntos de Turismo e presidente da SPTuris, Wilson Poit, o piloto representa muito para o país. "O kartódromo não poderia ter outro nome. Senna, além de ser um esportista excepcional, foi um ídolo que marcou e influenciou várias gerações", conta Poit.
Depois do aprendizado no kartódromo paulistano, Ayrton Senna foi para a Europa, onde tornou-se campeão em outras categorias. Ele voltou para correr na pista do circuito oficial do Autódromo de Interlagos somente a partir da década de 1990, para disputar o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, que voltou para São Paulo naquele ano.
História do piloto se confunde com a história de Interlagos
Senna participou da grande reforma que mudou o traçado da pista de Interlagos em 1989. Chico Rosa, que atua no Autódromo há mais de 40 anos, lembra como foi o período. "Durante um tempo, entre as décadas de 1970 e o final dos anos 1980, a Fórmula 1 se revezou entre São Paulo e o Rio. Mas queríamos trazer a categoria definitivamente de volta para cá e um dos esforços do Bernie [Ecclestone, à época responsável pela área comercial da F1] foi chamar o Senna para viabilizar essa obra", explica Chico.
Feita a análise dos projetos, decidiu-se por diminuir a extensão da pista para 4.325 metros, adequando-se às exigências e padrões da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), entidade que regula a Fórmula 1. "E o Senna também contribuiu no trecho final da reta principal com a nova curva, que somente depois foi apelidada de ‘S do Senna’, também em referência à marca dele que estava sendo criada", lembra.
Curiosamente, o próprio Chico Rosa já tivera contato direto com Ayrton Senna quando o ídolo ainda era adolescente e competia no Kartódromo. "Ele queria ir para o exterior e, como eu tinha acabado de voltar da experiência com o Emerson [Fittipaldi] na Europa, conversei algumas vezes com o Senna para contar como era lá fora", relembra o engenheiro, que deu orientação para aquele garoto que depois se tornaria tricampeão de Fórmula 1.
Após a morte do piloto em 1994, foi feito o batizado do Kartódromo Ayrton Senna, como homenagem póstuma a um dos grandes ídolos de Interlagos. "Até hoje, o local é referência nacional e a escola de automobilismo para a formação de novos nomes brasileiros de esportes a motor. E como o espaço tem uma vista privilegiada do circuito principal do Autódromo, inspira jovens pilotos a sonharem com as corridas mais desafiadoras na outra pista", conclui Wilson Poit.
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