Christian Petermann – O olhar elegante da sétima arte
O crítico que transformava o cinema em conversa e despertava o amor pela arte nas telas e fora delas
Um mestre da palavra e da imagem
Durante anos, o programa “Todo Seu”, comandado por Ronnie Von na TV Gazeta, contou com uma das presenças mais marcantes da crítica cinematográfica brasileira: Christian Petermann.
Com sua fala serena e olhar atento, ele conduzia o público por uma viagem cinematográfica em que cada detalhe de um filme — direção, fotografia, trilha ou atuação — ganhava significado e emoção.
Petermann era muito mais do que um comentarista de cinema. Era um apaixonado estudioso da sétima arte, formado em Comunicação Social e Cinema, que construiu uma carreira sólida como jornalista, crítico e professor. Trabalhou em veículos respeitados como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Revista Bravo! e Cineclick, deixando sua marca como um dos críticos mais equilibrados, cultos e inspiradores de sua geração.
Na TV, sua presença se destacava pela didática e elegância. Ele não falava “para cima” do público — falava com o público. Explicava de forma simples o que estava por trás de uma cena, de uma metáfora visual ou de um enquadramento ousado.
Suas participações no “Todo Seu” tornaram-se uma espécie de aula semanal de cinema, sempre acompanhadas do respeito e da admiração de Ronnie Von, que frequentemente o definia como “um verdadeiro gentleman da crítica”.
O crítico e o professor
Além da televisão e da imprensa, Christian também atuava como professor e curador de mostras de cinema, levando sua paixão para salas de aula e festivais em todo o país. Sua postura inspirava novos críticos, cineastas e estudantes que viam nele uma referência de profundidade intelectual e amor pela arte.
Ele acreditava que o cinema era muito mais do que entretenimento — era reflexo da alma humana e espelho da sociedade. Em seus textos, unia análise técnica a uma sensibilidade única, capaz de captar a essência do que o diretor queria transmitir.
Sua crítica nunca era apenas sobre o filme — era sobre o mundo, o tempo e as pessoas que o viviam.
O legado de um olhar que permanece
Com a partida de Christian Petermann, o jornalismo cultural brasileiro perdeu uma de suas vozes mais elegantes e respeitadas. Ainda assim, seu legado segue vivo — nos arquivos televisivos, nos textos publicados e, principalmente, na lembrança de quem aprendeu a ver cinema com ele.
Colegas de profissão o descrevem como generoso, culto e sempre disposto a ensinar. Tinha prazer em indicar filmes, discutir roteiros e provocar reflexões. Sua postura crítica jamais foi arrogante; ao contrário, era uma celebração do conhecimento e da empatia.
Hoje, quando as redes sociais muitas vezes substituem a análise profunda por opiniões rápidas, a ausência de vozes como a de Petermann é ainda mais sentida. Sua forma de pensar e falar sobre cinema representa um tempo em que a crítica era arte, feita com rigor, sentimento e elegância.
Como ele próprio dizia,> “Um bom filme é aquele que continua com você muito tempo depois que a tela escurece.”
Assim também é o legado de Christian Petermann: permanece aceso na memória dos cinéfilos e jornalistas que viram nele um mestre.
Um homem que amava o cinema — e ensinou a todos nós a amá-lo de forma mais profunda, mais sensível e mais humana.
Christian Petermann (1966–2023)
Crítico de cinema, jornalista e professor.Colaborou com os principais veículos de cultura do país e foi comentarista fixo do programa Todo Seu com Ronnie Von. Seu legado permanece como inspiração para quem acredita que o cinema é, acima de tudo, uma arte que nos ensina a olhar o mundo.
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