sábado, 1 de novembro de 2025

RIO GRANDE DO NORTE: O MAIOR PRODUTOR DE SAL DO MUNDO

O sol forte, os ventos constantes e as águas do Atlântico formam a combinação perfeita que faz do Rio Grande do Norte o maior produtor de sal marinho do mundo. Um título conquistado com décadas de trabalho, tradição e tecnologia, que transformou o estado em referência global no setor salineiro.

Um patrimônio natural e econômico

Mais de 95% do sal marinho produzido no Brasil vem do Rio Grande do Norte, concentrado principalmente nas cidades de Mossoró, Macau, Areia Branca, Grossos e Galinhos. A chamada “Costa Branca” abriga imensos espelhos d’água — as salinas — onde o processo natural de evaporação transforma a água do mar em cristais brancos que reluzem sob o sol potiguar.

O clima semiárido, com altas temperaturas e baixa umidade, cria as condições ideais para a evaporação. O vento, constante durante praticamente todo o ano, auxilia a secagem e a cristalização, dispensando grandes gastos energéticos. Isso torna o processo sustentável e altamente eficiente.

História e tradição

A extração de sal no Rio Grande do Norte tem raízes que remontam ao período colonial. Desde o século XVII, a região já era conhecida pelos “currais de sal”, onde os primeiros colonos e indígenas coletavam o mineral de forma rudimentar. Com o passar do tempo, a atividade evoluiu, atraindo investimentos e tecnologia.

A grande virada veio nas décadas de 1960 e 1970, com a modernização das salinas e a criação de empresas que começaram a exportar o produto. Hoje, o sal potiguar chega a diversos países e abastece tanto a indústria química quanto o consumo doméstico, movimentando centenas de milhões de reais por ano e gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

O processo natural que encanta

O método de produção é quase poético: a água do mar é conduzida por canais até grandes tanques rasos. A evaporação solar vai concentrando o sal, que se cristaliza aos poucos. Depois, é recolhido, lavado e refinado. O ciclo, totalmente natural, leva cerca de três a quatro meses.

As paisagens das salinas são um espetáculo à parte. As montanhas de sal, que lembram dunas brancas, atraem turistas e fotógrafos de todo o mundo. Ao pôr do sol, o reflexo rosado nas águas das salinas cria um cenário de beleza única, símbolo da identidade potiguar.

Desafios e sustentabilidade

Apesar do sucesso, o setor enfrenta desafios. A logística de transporte, principalmente a dependência do Porto-Ilha de Areia Branca, exige manutenção constante e investimentos. Além disso, questões ambientais e trabalhistas vêm sendo aprimoradas para garantir sustentabilidade e responsabilidade social.

Nos últimos anos, empresas têm investido em tecnologia limpa, reaproveitamento de água e certificações ambientais, consolidando o sal potiguar como um produto de excelência mundial.

Orgulho potiguar

O sal do Rio Grande do Norte é mais do que um produto: é símbolo de resistência, tradição e desenvolvimento. Ele representa o trabalho de milhares de famílias que vivem desse ofício e mantém viva uma cultura que se confunde com a própria história do estado.

Não à toa, o sal é chamado por muitos de “ouro branco do Nordeste” — um tesouro natural que brilha sob o sol escaldante e que coloca o nome do Rio Grande do Norte no mapa global da produção mineral.

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