domingo, 19 de fevereiro de 2023

Museu Casa da Memória Italiana realiza programação especial para a Semana do Imigrante Italiano

 

Evento terá jantar beneficente em prol da instituição, discotecagem com DJ Toni Manero, visitação monitorada e lançamento de livro

Na próxima semana, o Museu Casa da Memória Italiana, em Ribeirão Preto (SP), vai realizar mais uma edição da Semana do Imigrante Italiano. Na quinta-feira (23), às 15h, e no sábado (25) e domingo (26), às 10h e às 11h30, a instituição promoverá visitas monitoradas no palacete erguido em 1923, que preserva a história da imigração italiana por meio de sua arquitetura e decoração.

Além disso, ainda na quinta-feira (23), às 19h, o museu recebe o lançamento do livro “Conflitos da Tabarana - O que aconteceu com Libório Labella?”, de Luís Fernando de Campos, seguido de um bate-papo com o autor.

O grande destaque do evento será na sexta-feira (24), a partir das 19h, com a realização de um jantar beneficente em prol das ações da instituição. A entrada terá valor de 160 reais, dando direito a um cardápio com entrada, prato principal, bebidas e sobremesas. Os ingressos estão à venda pelos contatos (16) 3904-2750 e Whatsapp (16) 99760-9946.

Para alegrar a noite do público, a ação também vai contar com apresentação do DJ Toni Manero, em um repertório que traz obras do barroco italiano, óperas famosas, tarantelas e o melhor da música pop italiana dos últimos anos, de Antônio Vivaldi a Mário Biondi e Maneskin.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

O que podemos aprender com Madonna?

 

Desabafo de cantora sobre críticas à sua aparência é lição

 

 

 

Usualmente, somos ágeis em criticar e definir o que é certo ou errado, bom ou mau, de acordo com as nossas crenças, educação e cultura. Na última semana, vimos Madonna, de 64 anos, causar estranhamento no público após aparecer com o rosto supostamente inchado no Grammy Awards 2023. Alguns fãs creditaram a diferença a um suposto excesso de intervenções estéticas.

A Rainha do Pop mostrou perplexidade por ter sido reduzida apenas à sua aparência, e desabafou nas redes sociais: “Mais uma vez, sou pega no brilho do preconceito de idade e da misoginia que permeia a sociedade em que vivemos. Um mundo que se recusa a celebrar a mulher que passa dos 45 anos e sente a necessidade de puni-la se ela continuar obstinada, trabalhadora e aventureira”.

Como uma artista controversa e inovadora, Madonna tem sido alvo de críticas desde o início de sua carreira. Ao mesmo tempo, ela também é amplamente reconhecida e admirada como uma das maiores estrelas pop de todos os tempos.

Assim é a nossa vida. Sempre haverá aquele que está pronto a criticar e lançar opiniões que diz muito mais sobre quem critica, do que quem é criticado. É importante lembrar que as pessoas que criticam muito frequentemente têm tendência a encontrar falhas e pontos negativos em tudo, incluindo nas outras pessoas.

Se você está lidando com alguém assim, é importante lembrar que as críticas frequentes são geralmente uma expressão de insegurança ou insatisfação pessoal, e não têm nada a ver com você. Proteja-se emocionalmente e não deixe que as críticas afetem sua autoestima ou sua visão de si mesmo. Ao fazer isso, você pode proteger sua saúde emocional e manter relacionamentos positivos e saudáveis.

Então, o que podemos aprender com Madonna? Em primeiro lugar é preciso promover o autoconhecimento, pois quando você se conhece, entendendo suas qualidades e pontos a melhorar, não fica refém das opiniões alheias, pois você sabe exatamente quem é e não se afetará com as críticas. Da mesma forma, é preciso saber que toda ação tem uma reação, logo entender quais os impactos de suas ações e decisões é muito importante, pois assim você conseguirá prever o que vem por aí. No mais, nem Jesus agradou a todos e não seríamos nós que agradaríamos, não é verdade?

É também preciso promover o autocuidado neste mundo onde as críticas têm sido acentuadas. Sua saúde e bem-estar têm bastante importância, mas muitos acabam se esquecendo disso. É preciso resistência física para aguentar a rotina de trabalho, cheia de estresse físico e mental. Ao longo de sua carreira e 64 anos de vida, Madonna é um grande exemplo de alguém que se mantém em ótimas condições físicas.

Pensar de maneira diferente, questionando sempre o status quo é também fundamental, e isso sabemos que a artista fez, lançando tendências, quebrando paradigmas e se diferenciando dos demais artistas. É certo que você encontrará pessoas pessimistas em sua jornada para o sucesso, mas você não deve desistir.

Neste caso é importante pontuar sobre etarismo, presente em todas as esferas e ambientes, até mesmo em nossos lares. Tal qual aos demais preconceitos existentes (racismo, homofobia, machismo, sexismo, capacitismo, transfobia etc), é preciso discutir, trazendo clareza e expurgar este tipo de comportamento, algumas vezes velado, outras de forma escancaradas.

 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050, logo é de vital importância tratar sobre o tema de etarismo, não apenas nas organizações, mas também no âmbito pessoal. Em um mundo em que a diversidade tem sido amplamente aplicada, é contraditório querer ditar regras, por exemplo, de que as mulheres mais velhas precisam se comportar de acordo com a sua faixa etária. E o que seria viver de acordo com a sua idade? Cada qual precisa viver de forma leve, equilibrada e como quer e não para agradar ao outro.  

 

Que possamos praticar mais a empatia e reduzir nossas críticas, até porque que jogue a primeira pedra quem seja perfeito. Busque a melhoria contínua, seja melhor hoje do que foi ontem, seja grato a Deus pelo que tem e use seus dons para abençoar outras pessoas. A vida está cada vez mais curta, então, viva a sua vida ao invés de viver a vida alheia. No mais, o show deve continuar – e esta é uma das principais lições que podemos aprender com a Madonna. Quando ela cai durante uma apresentação, ela levanta e continua sem perder o seu ritmo. Então, se você cair, criticando ou sendo criticado, levante-se e prossiga, sempre buscando ser alguém melhor.

 

 

David Braga é CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países pela Agilium Group; é conselheiro de Administração e professor convidado pela Fundação Dom Cabral; além de conselheiro da ABRH MG, ACMinas e ChildFund Brasil. Instagrams: @davidbraga | @prime.talent

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Ram fecha 7º mês seguido com mais de 500 emplacamentos

 

Destaque de janeiro foi a Ram 3500; modelo topo de gama teve 270 unidades registradas

Marca ficou em terceiro nas vendas do mercado premium e colocou três modelos no top 10 do segmento
 

Mantendo o bom ritmo visto no segundo semestre do ano passado – fundamental para ter encerrado 2022 com o maior percentual de crescimento de todo o mercado automotivo (83%) –, a Ram começa forte em 2023, com 593 emplacamentos, de acordo com a Fenabrave. Com isso, janeiro foi o sétimo mês consecutivo em que a especialista em picapes premium teve mais de 500 unidades registradas.

Dentro do universo premium, a Ram foi a terceira marca mais vendida. Na comparação com janeiro de 2022, a alta foi de 132,5%. Topo da gama, a Ram 3500 representou quase metade do total, com 270 exemplares, o que a deixou na vice-liderança entre os veículos premium.

A marca ainda posicionou outros dois modelos entre os dez mais emplacados desse segmento de prestígio. No caso, a Ram Classic no quarto lugar, com 166 unidades, e a Ram 2500 em oitavo (107).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Brasil e Alemanha: especialista em Relações Internacionais do CEUB avalia a visita do Chanceler Alemão

 

Luciano Muñoz comenta os impactos da parceria estratégica entre Brasil e Alemanha no atual governo

Focado em estabelecer boas relações com os líderes internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a visita do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz. O encontro aconteceu na última segunda-feira (30), no Palácio do Planalto, em Brasília. Entre os assuntos tratados - combate às mudanças climáticas, acordo entre Mercosul e União Européia, a invasão russa na Ucrânia - se destaca a busca pela parceria histórica entre os dois países.

A relação entre o Brasil e a Alemanha é marcada por uma série de interações econômicas e políticas. Desde o século XIX, houve uma intensa troca de comércio e investimento entre os dois países. Na década de 1990, a Alemanha se tornou um dos principais parceiros comerciais do Brasil, nos setores de máquinas, equipamentos e veículos, além do o país ter se tornado um importante destino de produtos agrícolas brasileiros.

Para o professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Luciano Munõz, o encontro de cúpula entre o chanceler Scholz e o presidente Lula sinaliza a relevância atribuída à retomada da cooperação bilateral. Ele considera uma ótima notícia o anúncio da Alemanha da liberação de € 200 milhões para ações ambientais no Brasil, entre os quais € 35 milhões serão destinados à reativação do Fundo Amazônia.

O docente prevê que no atual mandato de Lula, a questão ambiental deve funcionar como o pivô da política externa brasileira, sustentando a atuação do país em outras agendas. O professor defende que se o Brasil pode ser protagonista em algum tema global, este tema é o meio ambiente: “A visita de Scholz indica que a Alemanha reconhece isso. Cabe agora ao país apresentar contrapartidas. Por exemplo, com o combate célere e eficaz ao desmatamento e ao garimpo ilegal na Amazônia”.

A partir dessa visita, Munõz acredita que a valorização da agenda ambiental também servirá para destravar a aprovação do Acordo Mercosul-UE, pois o selo verde e a sustentabilidade são muito importantes para os europeus. Segundo Lula, a previsão é que o acordo seja aprovado ainda neste semestre, no entanto, é difícil que o acordo seja aprovado com tanta celeridade. “O acordo é complexo e tem questões pendentes. O Brasil também almeja fortalecer sua liderança no Mercosul por meio dessa aprovação. Resta saber se o Uruguai colocará ou não seu acordo de livre-comércio com a China em compasso de espera”, completa.

Quando o assunto chegou à Guerra da Ucrânia, Lula reiterou que o Brasil não enviará munições para os aliados ocidentais. O presidente ainda considerou a invasão russa um erro, porém sem descrever a guerra como um conflito entre democracia e autocracia. Ainda afirmou que o Brasil pretende compor um “clube de países” para a construção da paz. Segundo o especialista em Relações Internacionais do CEUB, o posicionamento do chefe de Estado está em linha com a tradição diplomática brasileira, sobretudo com os princípios de não-intervenção e pacifismo.

Luciano Munõz acrescenta que, historicamente, apenas grandes potências compuseram o clube de países com a palavra final nas questões de paz e segurança. “Diferentemente da agenda ambiental, aqui será muito mais difícil exercer protagonismo. O mais provável é que o Brasil seja cada vez mais pressionado a escolher um lado se a guerra continuar escalando. É preciso extrair o máximo de ganhos dessa política de indefinição”, pontua.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Contra o Gelo: livro que deu origem ao filme da Netflix é lançado no Brasil

 

Obra narra história real de luta pela sobrevivência ambientada na Groenlândia, uma das regiões mais frias do planeta

Publicado em 1955 e agora lançado de forma inédita em terras brasileiras pela editora Almedina Brasil, o livro Contra o Gelo reúne as memórias do explorador Ejnar Mikkelsen sobre uma missão realizada em 1909 ao nordeste da Groenlândia, território autônomo que integra o Reino da Dinamarca. Com o objetivo de recuperar documentos que comprovassem que a região era composta por um único pedaço de terra, e não duas ilhas separadas, a expedição derrubaria de vez a reivindicação dos Estados Unidos sobre o local. Em 2022, a obra foi adaptada pela Netflix para um filme de sucesso com o mesmo nome.

Abandonado pelos companheiros de tripulação, com exceção do mecânico Iver Iversen, Mikkelsen não desistiu de concluir a viagem e enfrentou 28 meses de provações em uma das paisagens mais geladas do planeta. O congelamento de dedos das mãos e dos pés, os efeitos debilitantes do escorbuto e o medo constante de serem atacados por animais selvagens foram algumas das dificuldades encontradas ao longo do caminho. A fome torturante acarretou em um dos episódios mais tristes e viscerais da expedição quando, para sobreviver, eles mataram e comeram os cães que puxavam seus trenós.

De vez em quando, quando algum urso errante se apercebia da nossa
toca de inverno e se sentia obrigado a investigar, tínhamos uma caçada.
Se isto acontecesse com a fraca luz do dia, ou quando a lua estivesse
cheia, normalmente resultava na morte do urso; mas se não houvesse luar,
deixávamos o urso em paz e ficávamos dentro da cabana, independentemente
do barulho que ele fizesse — mesmo quando chocava contra a cabana com
batidas incomodativas. Tais visitas não eram agradáveis, e éramos sempre
cuidadosos quando uma tarefa urgente nos obrigava a sair para o frio;
um urso paciente podia ter cedido à sua incrível curiosidade e
ter deitado na neve à espera de que saíssemos.

(Contra o Gelo, pg. 184)

 

Elogiada pela crítica, a adaptação da Netflix foi assistida por 30,73 milhões de horas na primeira semana de lançamento e conquistou o segundo lugar no ranking global de atrações da plataforma. A produção conta com Nikolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de Game of Thrones, no papel do destemido Ejnar Mikkelsen. O ator, que conheceu de perto a impiedade do frio na Groenlândia e sofreu uma concussão durante as gravações, também assina o prefácio da edição mais recente do livro.

Contra o Gelo apresenta para o leitor uma história real de luta pela sobrevivência, que inspira pela obstinação do autor em concluir sua missão mesmo quando tudo parece impossível. Esta aventura sem precedentes revela como o frio impiedoso faz aflorar a fragilidade humana enquanto castiga com o desgaste físico e mental. Ao superar a mera narração de uma expedição polar, as memórias Ejnar Mikkelsen transformam-se em um relato cru e realista sobre o real valor do companheirismo e da cumplicidade.

Ficha técnica

Livro: Contra o Gelo - Uma História de Sobrevivência no Ártico
Autor: Ejnar Mikkelsen
Editora: Almedina Brasil, selo Edições 70
ISBN: 9786554270359
Páginas: 260
Formato: 16x23x1,3
Preço: R$ 79,00
Onde encontrar: Almedina Brasil | Amazon

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Crise da Americanas: Onde estava a alta gestão todo esse tempo?

 

David Braga*

O caso do rombo de R$ 20 bilhões que veio à tona este mês envolvendo a gigante do varejo brasileiro, Americanas S.A., e que na verdade podem ultrapassar os R$ 43 bilhões, uma vez que o divulgado não inclui impostos municipais e de outros Estados e nem o “passivo oculto”, referente às “inconsistências contábeis” de débitos, expõe várias questões relevantes sobre o papel da alta gestão no dia a dia das corporações e com certeza podemos tirar alguns aprendizados deste lastimável fato.

Em primeiro plano, cito a falta de senso de urgência, em pleno século 21, do trio de acionistas extremamente conceituado no cenário empresarial brasileiro que delongaram para se posicionar publicamente, perante uma situação tão importante e que já tem impactado milhares de pessoas. A alta gestão da empresa levou mais de 10 dias para divulgar uma nota ao mercado, na qual, literalmente, lavou suas mãos, dizendo que desconhecia as práticas contábeis que já levaram à recuperação judicial da Americanas. Com isso, conseguiu rasgar um dos pilares das melhores práticas de gestão de crise, que é a comunicação: que deve ser transparente, coesa e objetiva.

Estamos falando da vida de mais de 40 mil funcionários da varejista, que estão certamente angustiados com os rumos de suas vidas daqui para frente. Além disso, é um fato que corroeu ações e está impactando várias outras empresas do setor na Bolsa de Valores, incluindo aí a própria Ambev, de Lemann. Setores financeiros que investiam em ações da Americanas S.A. também foram atingidos, além dos inúmeros fornecedores da varejista e milhares de pessoas que investiam suas reservas financeiras nas ações das Americanas.

Em tempos em que o ESG, que tanto têm sido apregoadas por grandes empresas na atualidade, faltou por parte da Americanas um dos pilares principais do conceito ESG: a transparência. Primeiro porque nenhum conselheiro de administração, conselheiro fiscal, acionista, CEO ou CFO descobre uma inconsistência contábil de R$ 43 bilhões da noite para o dia. Segundo é ilusão achar que eles não tinham conhecimento; e Terceiro, questiono, onde estavam os executivos da alta gestão da Americanas? Com apenas 9 dias o CEO empossado em janeiro, Sérgio Rial descobriu tal inconsistência, de pelo sete anos atrás.

Da mesma forma, cabe a pergunta: onde estava o ex-presidente da empresa, o ex CFO, e a empresa de auditoria PwC? Estava todo mundo a ver navios na condução de uma empresa gigante e tão organizada em processos como a Americanas? Já se é sabido que a gestão por helicóptero, ou seja, aquela em que os executivos não se aprofundam nas operações e números, juntamente com os demais níveis da companhia, já não funciona mais e temos o caso real do que estou elucidando.

Vale lembrar que segundo levantamento do TradeMap, de janeiro a setembro de 2022, foram distribuídos R$ 333 milhões em dividendos pela Americanas aos seus acionistas, sendo este, o maior valor pago até então. Nos causa no mínimo estranheza este montante sendo distribuído, se a empresa estava com problemas de inconsistência; não é verdade?

Muito além das planilhas financeiras, é relevante lembrar também que no ambiente corporativo falhas na comunicação entre a alta gestão, a média gestão e demais colaboradores da equipe podem gerar inúmeros problemas de entendimento e de execução de demandas, podendo inclusive gerar prejuízos financeiros. Colaboradores – de todos os níveis hierárquicos - precisam de instruções precisas sobre suas tarefas, de como executá-las em tempo hábil e, principalmente, saber o que é prioridade e o que pode ser executado com mais tempo. Se a comunicação não flui, o resultado pode ser perda de tempo e de produtividade, e, claro, prejuízos.

Com tal acontecimento, uma marca consolidada como as Lojas Americanas, está literalmente abalada e com a credibilidade afetada. E já que falamos do poder da marca, é preciso estarmos atentos permanentemente às nossas atitudes cotidianas, uma vez que não se pode falar uma coisa e fazer outra. A coerência tem sido cada vez mais observada e valorizada por todos os stakeholders que nos rodeiam e cabe a cada um praticá-la no dia a dia. Se falamos cada vez mais dentro das companhias sobre a importância dos valores, propósito e legado, agir de modo incoerente pode impactar nosso êxito profissional e na solidez da corporação.

Lembro ainda a importância do papel do Conselho de Administração, que tem buscado se profissionalizar cada vez mais, já que é corresponsável, inclusive com responsabilidade fiduciária, por verificar balanços e documentos da empresa e tem papel relevante em decisões e rumos a serem tomados. Os conselheiros devem agir como protagonistas da gestão, apontando direções e aconselhando a alta e média gestão e quando necessário, promover e/ou orientar mudanças.

Fica a reflexão sobre qual aprendizado os profissionais que atuam em grandes, médias e pequenas empresas podem tirar do caso Americanas S.A. A meu ver, é essencial que no dia a dia do trabalho haja consistência técnica, acompanhamento e revisão (sempre que necessário) de processos que nos parecem rotineiros (e são), independentemente do tamanho da empresa e do seu faturamento. Se foi identificado um pequeno erro, trate de corrigi-lo; se houve dúvida ou má interpretação para executar uma tarefa, pergunte novamente. Não hesite em questionar.

Conselheiros, CEOs, CFOs, diretores, gerentes, assistentes, analistas e estagiários - Todos devem olhar para si, para a empresa onde trabalham e observar também as tendências e best practices que o mundo corporativo vive na atualidade. E é preciso também lembrar que o que funciona hoje, amanhã poderá estar obsoleto. Nos tempos atuais e com a velocidade da disseminação da informação nos meios digitais, práticas de ESG serão cada vez mais cobradas pela sociedade.

Resta saber agora se haverá penalização aos principais executivos da empresa envolvidos ou se será mais um caso em nosso país, onde a impunidade ganha destaque.