quinta-feira, 22 de maio de 2014

Para Zimmermann, Itaipu é peça-chave no crescimento do mercado brasileiro de energia

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann (foto), esteve em Foz para participar do 13º Simpósio de Especialistas em Planejamento da Operação e Expansão Elétrica, que termina nesta quarta (21).

No mês em que completa 40 anos de formação como empresa e 30 anos de geração, a Itaipu Binacional mantém-se como peça-chave para sustentar o crescimento do mercado brasileiro de energia e representa, historicamente, o caso mais bem-sucedido de união entre dois países para a formação de um empreendimento hidrelétrico.
A afirmação é do secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Pereira Zimmermann, que participou nesta segunda-feira (19), em Foz do Iguaçu (PR), do painel Energy and Electric Grid Security, dentro da programação do 13º Simpósio de Especialistas em Planejamento da Operação e Expansão Elétrica (Sepope).
“Itaipu participa com um porcentual altíssimo do mercado brasileiro, que cresce muito, e tem papel-chave nesse processo”, disse Zimmermann. “Acho que, no mundo, provavelmente é o caso mais bem-sucedido de uma usina binacional”, completou.
O painel foi mediado pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e reuniu algumas das principais autoridades do setor elétrico do País – entre elas, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Jorge Chipp; o diretor-geral do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), Albert Cordeiro Geber de Melo; e o diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos Miranda.
O presidente do Institute of Electrical and Eletronics Engineers - Power & Energy Society (IEEE-PES), Miroslav Begovic, da Geórgia (EUA), também integrou a mesa.
Zimmermann disse que o modelo adotado pelos governos do Brasil e do Paraguai para implantar Itaipu, e a qualidade do quadro técnico da empresa permitiram a melhoria contínua no processo de operação e manutenção, resultando em recordes sucessivos de geração. “Tanto para o Brasil como para o Paraguai, a implantação de Itaipu trouxe primeiro um amadurecimento na relação entre os dois países. Brasil e Paraguai também são hoje experts em construir e operar uma binacional”, afirmou.

Sustentabilidade
O secretário-executivo do MME destacou ainda as ações da binacional para proteger o meio ambiente e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região. Segundo ele, esse trabalho “vem mostrar, mais uma vez, que uma usina hidrelétrica pode ser exemplo no mundo de projetos estruturantes que ajudam a desenvolver as regiões [no entorno]”.
Hermes Chipp, da ONS, lembrou que Itaipu, devido à sua alta capacidade de gerar energia, da excelência do quadro técnico e também pela localização geográfica, está no centro da estratégia para a operação do sistema. “Ora segurando o armazenamento, para atender a ponta, ora tendo de deplecionar, para segurar a cabeceira. Itaipu está no final da cascata e sua importância é estratégica”, relatou.
O executivo lembra que a posição de Itaipu na Bacia do Rio Paraná, tendo como principais afluentes os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapanema e Iguaçu, leva a usina a resultados expressivos. “Por exemplo: hoje (dia 19) não está chovendo nas cabeceiras dos rios, mas chove na incremental de Itaipu, que é uma área de maior drenagem. Isso quer dizer que Itaipu vai estar sempre gerando e batendo recordes”, completou.

Escala mundial
Para Albert Geber de Melo, do Cepel, a importância de Itaipu dentro do setor energético extrapola a fronteira do Brasil e do Paraguai e ganha escala mundial. “Porque é um dos mais belos exemplos, talvez o maior que eu conheço, de desenvolvimento sustentável de hidroeletricidade”, afirmou.
Melo avalia que o tratado assinado na década de 70, que viabilizou a construção de Itaipu, permanece hoje como importante referência para empreendimentos em rios transnacionais. Além disso, o executivo cita que os trabalhos de proteção ambiental e desenvolvimento socioeconômico chamam a atenção no Brasil e no exterior.
“Toda a oportunidade que eu tenho, às vezes representando o Brasil ou o ministério (MME), em fóruns internacionais, o primeiro exemplo que vem à minha cabeça é Itaipu.”
José Carlos Miranda, da EPE, destacou que “Itaipu tem uma capacidade de produção espetacular, com a qual o Brasil conta e precisa, para o atendimento adequado, a baixo custo, da nossa sociedade e dos consumidores brasileiros”.
“Portanto, Itaipu continuará sendo não só uma usina importante, mas um símbolo, um marco da história do setor elétrico Brasileiro”, reforçou.
Miranda elogiou ainda a qualidade da equipe técnica da usina. “Esses recordes [de Itaipu] têm a ver com a própria forma como a usina é operada”, disse. “Se Itaipu não tivesse um processo de eficiência na sua manutenção, operação, não estaria obtendo esses resultados.”
Em Foz do Iguaçu para participar do 13º Sepope, o diretor de Operação e Manutenção de Furnas, Cesar Ribeiro Zani, também falou sobre a importância de Itaipu para o setor energético nacional.
“No passado, Itaipu foi praticamente do tamanho da geração do brasil. E hoje, nesse momento em que há uma certa escassez hidráulica em geração elétrica, Itaipu é extraordinariamente fundamental para o equilíbrio da oferta energética para o País”, assegurou.
O 13º Simpósio de Especialistas em Planejamento da Operação e Expansão Elétrica (Sepope) foi realizado no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu, até quarta-feira (21).


A Itaipu

A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo abastecimento de 16,9% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 70% do Paraguai. Em 2013, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.

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