O secretário
executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann (foto), esteve em
Foz para participar do 13º Simpósio de Especialistas em Planejamento da
Operação e Expansão Elétrica, que termina nesta quarta (21).
No mês em que completa 40 anos de formação como empresa e 30 anos de
geração, a Itaipu Binacional mantém-se como peça-chave para sustentar o
crescimento do mercado brasileiro de energia e representa, historicamente, o
caso mais bem-sucedido de união entre dois países para a formação de um
empreendimento hidrelétrico.
A afirmação é do secretário executivo do Ministério de Minas e Energia
(MME), Márcio Pereira Zimmermann, que participou nesta segunda-feira (19), em
Foz do Iguaçu (PR), do painel Energy and
Electric Grid Security, dentro da programação do 13º Simpósio de
Especialistas em Planejamento da Operação e Expansão Elétrica (Sepope).
“Itaipu participa com um porcentual altíssimo do mercado brasileiro,
que cresce muito, e tem papel-chave nesse processo”, disse Zimmermann. “Acho
que, no mundo, provavelmente é o caso mais bem-sucedido de uma usina
binacional”, completou.
O painel foi mediado pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge
Samek, e reuniu algumas das principais autoridades do setor elétrico do País –
entre elas, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Jorge
Chipp; o diretor-geral do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel),
Albert Cordeiro Geber de Melo; e o diretor de estudos de energia elétrica da
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos Miranda.
O presidente do Institute of
Electrical and Eletronics Engineers - Power & Energy Society
(IEEE-PES), Miroslav Begovic, da Geórgia (EUA), também integrou a mesa.
Zimmermann disse que o modelo adotado pelos governos do Brasil e do
Paraguai para implantar Itaipu, e a qualidade do quadro técnico da empresa
permitiram a melhoria contínua no processo de operação e manutenção, resultando
em recordes sucessivos de geração. “Tanto para o Brasil como para o Paraguai, a
implantação de Itaipu trouxe primeiro um amadurecimento na relação entre os
dois países. Brasil e Paraguai também são hoje experts em construir e operar
uma binacional”, afirmou.
Sustentabilidade
O secretário-executivo do MME destacou ainda as ações da binacional
para proteger o meio ambiente e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da
região. Segundo ele, esse trabalho “vem mostrar, mais uma vez, que uma usina
hidrelétrica pode ser exemplo no mundo de projetos estruturantes que ajudam a
desenvolver as regiões [no entorno]”.
Hermes Chipp, da ONS, lembrou que Itaipu, devido à sua alta capacidade
de gerar energia, da excelência do quadro técnico e também pela localização
geográfica, está no centro da estratégia para a operação do sistema. “Ora
segurando o armazenamento, para atender a ponta, ora tendo de deplecionar, para
segurar a cabeceira. Itaipu está no final da cascata e sua importância é
estratégica”, relatou.
O executivo lembra que a posição de Itaipu na Bacia do Rio Paraná,
tendo como principais afluentes os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapanema
e Iguaçu, leva a usina a resultados expressivos. “Por exemplo: hoje (dia 19)
não está chovendo nas cabeceiras dos rios, mas chove na incremental de Itaipu,
que é uma área de maior drenagem. Isso quer dizer que Itaipu vai estar sempre
gerando e batendo recordes”, completou.
Escala mundial
Para Albert Geber de Melo, do Cepel, a importância de Itaipu dentro do
setor energético extrapola a fronteira do Brasil e do Paraguai e ganha escala
mundial. “Porque é um dos mais belos exemplos, talvez o maior que eu conheço,
de desenvolvimento sustentável de hidroeletricidade”, afirmou.
Melo avalia que o tratado assinado na década de 70, que viabilizou a
construção de Itaipu, permanece hoje como importante referência para
empreendimentos em rios transnacionais. Além disso, o executivo cita que os
trabalhos de proteção ambiental e desenvolvimento socioeconômico chamam a atenção
no Brasil e no exterior.
“Toda a oportunidade que eu tenho, às vezes representando o Brasil ou
o ministério (MME), em fóruns internacionais, o primeiro exemplo que vem à
minha cabeça é Itaipu.”
José Carlos Miranda, da EPE, destacou que “Itaipu tem uma capacidade
de produção espetacular, com a qual o Brasil conta e precisa, para o
atendimento adequado, a baixo custo, da nossa sociedade e dos consumidores
brasileiros”.
“Portanto, Itaipu continuará sendo não só uma usina importante, mas um
símbolo, um marco da história do setor elétrico Brasileiro”, reforçou.
Miranda elogiou ainda a qualidade da equipe técnica da usina. “Esses
recordes [de Itaipu] têm a ver com a própria forma como a usina é operada”,
disse. “Se Itaipu não tivesse um processo de eficiência na sua manutenção,
operação, não estaria obtendo esses resultados.”
Em Foz do Iguaçu para participar do 13º Sepope, o diretor de Operação
e Manutenção de Furnas, Cesar Ribeiro Zani, também falou sobre a importância de
Itaipu para o setor energético nacional.
“No passado, Itaipu foi praticamente do tamanho da geração do brasil.
E hoje, nesse momento em que há uma certa escassez hidráulica em geração
elétrica, Itaipu é extraordinariamente fundamental para o equilíbrio da oferta
energética para o País”, assegurou.
O 13º Simpósio de Especialistas em Planejamento da Operação e Expansão
Elétrica (Sepope) foi realizado no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu, até
quarta-feira (21).
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de
energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2013, pelo
abastecimento de 16,9% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 70% do
Paraguai. Em 2013, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu
a marca de 98.630.035 megawatts-hora (98,63 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu
tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com
responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico,
turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem
ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e
renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de
sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a
integração regional”.
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