Especialista diz que em 90% dos casos o problema está na cavidade bucal, mesmo quando a origem é sistêmica,
e aponta cinco dicas para driblar a halitose
Acordar
pela manhã com halitose e sentir um gosto ruim na boca é comum. Mas é
importante saber que existe diferença entre sentir gosto ruim e ter mau
hálito. Eles não são a mesma coisa! Apesar de ser atribuída a uma série
de fatores, como doenças do aparelho digestivo, dieta inadequada e até
mesmo estresse, em cerca de 90% dos casos as alterações que levam à
halitose se encontram na cavidade bucal – ainda que a origem do problema
seja sistêmica (hipovitaminoses, uso de medicamentos que reduzem o
fluxo salivar e doenças autoimunes, por exemplo).
De
acordo a periodontista Celi Vieira, uma das mais importantes
profissionais brasileiras nessa área, o tratamento do mau hálito requer
procedimentos específicos de diagnóstico para identificar as alterações
bucais e sistêmicas que resultam em variações na qualidade do hálito do
paciente – que pode ser desde distúrbios nas vias aéreas superiores,
metabólicos, hormonais, hepáticos, renais e até mesmo falta de
vitaminas.
“Após
anamnese e exame clínico criteriosos, geralmente encontramos eventos
como inflamação gengival, infecções periodontais, próteses mal
adaptadas, hábitos inadequados de dieta e de higiene bucal, mas,
principalmente, desvios do padrão salivar. É importante destacar que,
geralmente, mais de uma dessas alterações resultam no indesejável mau
hálito e que os desvios de padrão salivar são a repercussão bucal
decorrente de distúrbios sistêmicos de maior prevalência”, diz a
especialista.
Celi Vieira vai ministrar um curso com o tema “Halitose tem cura?” durante o 34º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo
– que acontece entre 27 e 30 de janeiro de 2016 (de quarta-feira a
sábado), no Expo Center Norte – e diz que o cirurgião-dentista é o
profissional mais habilitado para diagnosticar o problema, apresentando
ao paciente as possíveis causas e, principalmente, as formas de
tratamento. “O mau hálito provoca constrangimento social. Até mesmo quem
tem intimidade com o paciente às vezes não tem coragem de falar
abertamente sobre o assunto. O problema é que, caso ninguém o alerte,
podem passar anos sem que ele perceba e trate halitose, já que, por
fadiga olfatória, nos acostumamos com nosso próprio odor”.
Na
opinião da periodontista, cabe ao cirurgião-dentista perguntar a seus
pacientes sobre a qualidade do hálito, se atualizar sobre o assunto e
pôr em prática os conhecimentos científicos atuais,
responsabilizando-se, desta forma, pela saúde do seu hálito – o que
refletirá em sua saúde como um todo.
A especialista aponta cinco dicas para driblar o mau hálito:
- Capriche na higiene bucal. “Além de escovar bem e com calma os dentes após as principais refeições, é importante usar fio dental para remover todo resto de alimento que ocasionalmente possa estar entre os dentes. Uma boa higiene bucal evita a proliferação de bactérias causadoras de cárie, doenças periodontais e halitose. Bochechos com água corrente durante o dia, entre as refeições, também ajudam a limpar a boca”;
- Observe sua língua. “Quando a saburra, que é aquela crosta esbranquiçada que reveste a parte superior da língua, estiver espessa e persistente, procure um profissional para avaliar sua saúde periodontal e sua produção salivar. Ele saberá lhe orientar adequadamente como deve proceder. Não adianta só limpar a língua, já que a causa da formação de saburra deve ser removida. Além disso, se esse procedimento for realizado de forma inadequada, poderá causar danos irreversíveis à mucosa lingual”;
- Lembre-se: balas não eliminam o mau hálito. “Quem recorre às balas e gomas de mascar para disfarçar o mau hálito está mascarando o problema e de forma momentânea. Além de esses doces não resolverem os problemas de base que causam mau hálito, ainda podem acelerar o processo de cárie e fazer mal à saúde como um todo”;
- Beba muita água e mastigue bem os alimentos. “Ingerir bastante água durante o dia e mastigar bem os alimentos são hábitos saudáveis que estimulam a produção salivar. Isso promove a limpeza fisiológica da cavidade bucal e ajuda a reduzir bactérias nocivas ao hálito”:
- Evite alimentos que acentuam o mau hálito. “Além do cigarro e das bebidas à base de cafeína, alguns alimentos têm o poder de acentuar o mau hálito. É o caso da carne vermelha, dos peixes, de alguns queijos e temperos. Em contrapartida, vale a pena acrescentar mais frutas e vegetais crus à alimentação, como cenoura, pepino e erva-doce – que podem e devem ser mastigados ao longo do dia, inclusive”.
Na
opinião da especialista, é fundamental recorrer a um cirurgião-dentista
ou a um periodontista para avaliar as condições de saúde das estruturas
periodontais. “Esse é o primeiro passo a ser dado pelo profissional e
pelo paciente – que deve ser submetido à avaliação periodontal
criteriosa (sondagem milimetrada, mais radiografias periapicais)”.
SERVIÇO:34º CIOSP – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo
Aula Halitose tem cura?, com Dra. Celi Vieira
Dia 30/1/2016, das 9h às 11h
Local: Expo Center Norte
Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo – SP
Confira a grade dos dias 27 a 30/1/2016 em www.ciosp.com.br
Fonte: Dra. Celi Vieira, especialista em Periodontia pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, radicada em Brasília (DF) - onde comanda estudos sobre halitose. www.apcd.org.br
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