domingo, 26 de outubro de 2025

O QUADRADO MÁGICO E O FIASCO DE 2006

A Seleção Brasileira dos sonhos que não deu certo na Copa da Alemanha

Em 2006, o Brasil chegou à Copa do Mundo na Alemanha com o status de grande favorito. O elenco reunia estrelas que brilhavam nos maiores clubes da Europa, e o técnico Carlos Alberto Parreira prometia repetir o sucesso de 1994. A expectativa era enorme, e o país inteiro acreditava no tão falado “quadrado mágico” — uma formação ofensiva composta por Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Ronaldo Fenômeno. No papel, era o ataque mais temido do planeta. Na prática, o sonho acabou em uma dura eliminação para a França nas quartas de final.

A SELEÇÃO DOS SONHOS

O elenco de 2006 era uma verdadeira constelação. Além do quarteto mágico, o Brasil contava com nomes como Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto, Dida, Lúcio e Juan. Era uma equipe experiente, com campeões mundiais de 2002 e craques no auge de suas carreiras.
Ronaldinho Gaúcho, eleito o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005, era a grande estrela. Kaká vivia excelente fase no Milan. Adriano era o “Imperador” da Inter de Milão, e Ronaldo, apesar de enfrentar críticas por estar acima do peso, ainda era uma lenda viva.

Com tanto talento reunido, Parreira acreditava que poderia montar uma seleção ofensiva, capaz de encantar e vencer com sobras. O esquema tático, no entanto, mostrou-se desequilibrado. O meio-campo ficou vulnerável, e a equipe perdeu a intensidade que o futebol moderno já exigia.

A CAMPANHA ATÉ A QUEDA

Na primeira fase, o Brasil venceu as três partidas: 1 a 0 contra a Croácia, 2 a 0 sobre a Austrália e 4 a 1 no Japão. Os resultados pareciam promissores, mas o desempenho em campo já gerava dúvidas. O time era lento, previsível e dependia de lampejos individuais.
Nas oitavas de final, a vitória por 3 a 0 sobre Gana mascarou os problemas. Ronaldo marcou e se tornou o maior artilheiro da história das Copas naquele momento, mas a falta de compactação e o baixo ritmo preocupavam.

A realidade veio à tona nas quartas de final. Em Frankfurt, diante da França de Zidane, o Brasil foi dominado do início ao fim. O craque francês comandou o jogo com maestria, e Henry marcou o gol da vitória por 1 a 0. A seleção brasileira foi eliminada sem oferecer resistência — e o “quadrado mágico” virou símbolo de um time que brilhou apenas fora de campo.

O FIM DE UMA ERA

A derrota marcou o fim de um ciclo. Parreira deixou o comando, e Dunga assumiu a seleção com uma proposta mais pragmática e disciplinada. A geração de 2006, embora talentosa, ficou conhecida como a do “oba-oba”, criticada pelo excesso de confiança e pela falta de preparo físico.

Ronaldinho, que era esperado como o grande protagonista do torneio, teve uma Copa apagada. Ronaldo encerrou sua história mundial com recordes, mas sem brilho coletivo. E o sonho do hexacampeonato foi adiado.

O LEGADO
Hoje, a Copa de 2006 é lembrada como um divisor de águas. Foi o torneio que mostrou ao Brasil que apenas o talento não basta. O futebol mundial havia mudado — exigia intensidade, tática e comprometimento.
O “quadrado mágico” continua sendo um símbolo nostálgico de um tempo em que o país acreditava que bastava reunir craques para vencer. Um lembrete de que, no futebol, o brilho individual só funciona quando há um time de verdade por trás.

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