terça-feira, 9 de setembro de 2025

Dilma Rousseff – A Primeira Mulher Presidente e o Desafio da Governança

Dilma Vana Rousseff, nascida em 1947 em Belo Horizonte, Minas Gerais, construiu sua trajetória política na militância contra a ditadura militar e posteriormente como gestora pública. Filha de uma geração marcada por lutas políticas, Dilma tornou-se uma referência na administração pública, ocupando cargos estratégicos, como secretária de Minas e Energia e ministra de Minas e Energia, antes de assumir a Presidência da República em 1º de janeiro de 2011, sucedendo Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma foi a primeira mulher a governar o Brasil, um marco simbólico de igualdade de gênero na política nacional. Sua eleição representou a continuidade das políticas de inclusão social iniciadas pelo governo Lula, mas também trouxe novos desafios de gestão e modernização do Estado.

Durante seu primeiro mandato (2011–2014), Dilma enfrentou um cenário econômico relativamente favorável, com crescimento do PIB, estabilidade monetária e programas sociais consolidados, como o Bolsa Família e o Programa Minha Casa Minha Vida. Ela buscou dar continuidade à redução das desigualdades, ampliando o acesso à educação, com o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o fortalecimento do FIES, além de promover programas de infraestrutura, como a PAC 2.

No campo econômico, Dilma manteve a estabilidade macroeconômica herdada dos governos anteriores, mas buscou ao mesmo tempo políticas de incentivo ao crescimento interno, com ênfase em investimentos em infraestrutura, energia e crédito para setores estratégicos. Essa combinação refletia sua prioridade em equilibrar desenvolvimento econômico e inclusão social.

Seu segundo mandato (2015–2016), entretanto, foi marcado por grandes desafios econômicos e políticos. A economia brasileira entrou em recessão, com queda do PIB, aumento do desemprego e inflação em ascensão. Paralelamente, cresceu a insatisfação popular com a política, impulsionada por denúncias de corrupção envolvendo membros do governo e da Petrobras, reveladas pela Operação Lava Jato.

A pressão política culminou no impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, sob acusação de pedaladas fiscais, um conjunto de manobras contábeis para maquiar as contas públicas. O processo gerou intensa polarização política e social, sendo visto por muitos como um momento crítico para a democracia brasileira, pois envolvia a destituição de uma presidente eleita pelo voto popular. Dilma negou irregularidades, defendendo que as medidas adotadas foram práticas administrativas utilizadas por governos anteriores, mas o Senado decidiu pela cassação do mandato em 31 de agosto de 2016, encerrando seu governo antes do término do segundo mandato.

Apesar do impeachment, o governo Dilma deixou importantes legados, especialmente na área social e de infraestrutura, consolidando programas que beneficiaram milhões de brasileiros. Seu governo também marcou um avanço na participação feminina na política e no fortalecimento de políticas públicas voltadas para inclusão social, educação e habitação.

Dilma Rousseff permanece como uma figura histórica da Nova República, sendo lembrada como a primeira mulher a ocupar a presidência e por seu papel na continuidade das políticas de inclusão social. Seu período no poder evidencia os desafios de governar em tempos de crise econômica e política, mostrando como a liderança feminina se afirma em meio a pressões complexas e a cenários de intensa polarização.

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